terça-feira, 12 de junho de 2012

Hidrômetros: A economia através dos bolsos


Fabiana Figueiredo
@FabianaFgrd

Os novos hidrômetros implantados pela Caesa
já fazem a diferença no bolso do consumidor
Entre casas, prédios, lojas e instituições públicas e particulares existem mais de 3600 equipamentos novos já implantados, para regularização do consumo de água desses locais. Esse objeto de contenção de desperdício aquífero é denominado de hidrômetro, e vem para mudar algumas atitudes de muitos macapaenses.

Nos últimos anos, está se discutindo muito sobre o consumo de água em todo o planeta, como ela é utilizada, onde está distribuída, se há desperdício e o que de mal esse desperdício trás para a sociedade. Discussões essas que levaram muitos países a mudarem suas atitudes de conservação. Muitos, sim. Mas não todos.

Regularização do consumo
Macapá está entrando no eixo da conservação. Estão sendo implantados os hidrômetros, que vêm ajudar a fiscalizar a conservação e o desperdício da água, através da medição do volume de água utilizado. Essa fiscalização é quase que automática, pois funciona da seguinte forma: o cidadão utiliza certa quantidade de água, o hidrômetro mede esse consumo, a empresa responsável pelas contas de consumo, Companhia de Água e Esgoto do Amapá, faz a notificação, o consumidor recebe a conta para pagar de acordo com a quantidade de água que foi utilizada; a partir dessa conta, o consumidor começará a se adaptar a uma nova rotina ao utilizar somente a água que necessita, havendo, assim, uma economia, tanto de água, quanto de dinheiro.

De acordo com a Caesa, a ideia de aplicar a utilização dos novos hidrômetros é baseada no fato da população macapaense, como um todo, desperdiçar muita água, mesmo que a empresa só notifique uma parte da população, mas ainda há um grande desperdício. Segundo o IBGE, no censo de 2010, Macapá possuía 105 mil residências, e apenas 66% usavam a água da Caesa, em torno de 70 mil usuários. Há, então, uma margem de erro muito grande, pois na Caesa só tem 37mil cadastrados. “Nós só mandamos conta para 37 mil usuários. Quer dizer que essa diferença nos mostra que existem pessoas que usam água sem sabermos, o que faz a Caesa ter um déficit no orçamento”, afirma o presidente da Caesa, Ruy Smith. A empresa noticia que essas residências as quais querem sair da clandestinidade podem ser cadastradas na própria Companhia e terá o hidrômetro instalado.


Novas medidas
Aproximadamente 40 mil hidrômetros foram adquiridos pela Caesa, a instalação e substituição por novos servem como forma de educação da utilização da água. Antes, quem pagava as taxas fixas de R$12 ou R$33, sem o hidrômetro, agora passará a pagar a quantidade de água que foi consumida pela instituição (casa, apartamento, loja, restaurante, etc...). O presidente informa “a água não chega a todos os lugares em Macapá porque a produção de água é insuficiente para todos em função do desperdício. Se ninguém desperdiçasse, todo mundo teria acesso à água.”

Com a aplicação dos mais de quatro mil hidrômetros, já se percebe uma diminuição no consumo da água, pois o valor a pagar aumentou, refletindo que a economia está vindo do próprio bolso do consumidor. O sistema funciona semelhante ao da energia, você paga pelo que consome. Logo, para não pagar uma conta tão alta, o cidadão começa a utilizar apenas o que necessita.

Em Macapá ainda não há o hábito de controlar o consumo de água, as pessoas olham o Rio Amazonas, um dos maiores rios do mundo, percebem que tem tanta água, e pensa que a fonte é inesgotável. Não estejamos errados, a sacada agora é economizar, pois já desperdiçamos muito nos anos que já se passaram e, como a água é fonte de sobrevivência de muitos seres vivos, apenas nós, seres humanos, podemos mudar a realidade de escassez da água. 

[Matéria extraída da Edição 309, do Jornal Tribuna Amapaense]

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